Para visitarmos Salinas, nas montanhas, tivemos de viajar dois dias entre muitas horas de autocarros, carrinhas de caixa aberta e ... gaivotas! Viajar é difícil!
Salinas é uma freguesia e uma vila com o mesmo nome, localizada na cordilheira do Andes a 3500m de altitude, no centro do Ecuador, que ficou famosa por um inesperado processo de desenvolvimento local comunitário do qual resultaram várias empresas comunitárias, que empregam mais de mil pessoas e cujos lucros sao investidos no melhoramento da comunidade.
Com a chegada de um padre salesiano há cerca de 40 anos e com a grande cooperaçao de uma comunidade muito unida e muito trabalhadora, criaram-se desde entao várias queijarias, uma fábrica de chocolates, uma fábrica de fio de la de ovelha e alpaca, uma cooperativa de mulheres artesanato textil com o fio produzido no local, uma fábrica de produtos de soja, uma producao de cogumelos secos, uma aquacultura de trutas, um hotel e visitas de turismo geridas por uma cooperativa de jovens, uma empresa de exportaçao para comercio justo, uma empresa de comercializaçao nacional, entre outros.
A vila de Salinas situa-se a cerca de 3500 metros de altitude, enquanto outras comunidades da mesma freguesia (ou paróquia, em Ecuatoriano, tal como antigamente em Portugal) se situam a apenas 900 metros acima do mar. No total sao 30 comunidades em que as suas populacoes variam das 40 às 2000 pessoas. Nas empresas destas comunidades nao se investe em máquinas que substituam o trabalho de pessoas locais. Apenas se compram as máquinas estritamente necessárias...
Hoje, apesar de Salinas ser visitada por milhares de pessoas por ano para conhecer e aprender com o processo de desenvolvimento ocorrido, começam a ocorrer alguns problemas ambientais. As fábricas de queijo começaram a poluir demasiado as águas e as crianças já nao podem tomar banho no rio. As comunidades mais abaixo queixam-se. A produçao de gado ligeiramente superior ao ideal comecou a gerar desmataçao, erosao, perda de produtividade dos solos, falta de água nos rios. O aumento da populacao que se deveu ao aumento do emprego causou um aumento nas águas residuais que também foram poluir o rio. A produçao de lixo também aumentou o que começou a tornar-se um problema.
Hoje a populacao e as organizaçoes e empresas da freguesia estao motivadas e pedem voluntários para ajudar a reflorestar os terrenos comunitários, construir um viveiro comunitário e oferecer árvores a toda a comunidade para replantar também os terrenos privados. Dar formaçao em agricultura orgânica, reciclagem, construçao de casas de banho secas, construçao de fito-etars, recuperaçao da água da chuva, compostagem, educaçao ambiental na escola primária e secundária e ensinar técnicas de reciclagem de lixos que possam ser transformadas em produtos artesanais feitos pela comunidade para vender para o exterior.
Para ajudar a tornar esta freguesia num modelo de desenvolvimento + sustentável te podes voluntariar!
Até breve!
Que bonitos e parece que não se têm dado mal com a dieta.Que bom foi ver os quatro ao mesmo tempo.As meninas estão uma marvavilha! Acompanhamos entusiasmados as vossas noticias.
ResponderEliminarEstamos desejosos pelos serões para vos ouvir contar essa odisseia.As perguntas ficam para essa ocasião
Beijinhos saudosos
Também estou a adorar o vosso relato. De facto não há nada como viajar para alargar os nossos horizontes científicos, emocionais, afectivos...
ResponderEliminarTanta experiência acumulada e partilhada. Estou a gostar de tudo o que vejo e leio. Depois queremos mais detalhes, como a Lina diz e também um pouco do "não dito".
Uma pergunta: posso divulgar o vosso blog? Quem me pediu foi uma associação ecologista de Loures a quem tenho contado a vossa experiência.
Beijos quatriplicados
Cristina (tia)
podes divulgar à vontade. é inteiramente público, apesar dos erros ortográficos devidos aos teclados estrangeiros...
ResponderEliminarobrigado!
André